Desde que me entendo por gente, vivo entre os deliciosos sabores de família.
Cresci na cozinha da minha mãe lá no interior de Goiás. Era criança e já me atrevia a fazer docinhos e o bolo de cenoura que ela me ensinou.
Aprendi tudo nesse lugar; como viver e como cozinhar. Trago comigo desse tempo uma memória feliz e dezenas de receitas que aprendi com ela.
Fazer doces e salgados se transformou em um gesto de carinho com os amigos, e (meio sem querer) com os amigos dos amigos. Durante 15 anos, da cozinha da minha casa saíram centenas e centenas de gostosuras.
Logo a cozinha de casa ficou pequena. A notícia sobre aqueles doces e salgados deliciosos se espalhou. A diversão de criança virou um negócio, e são esses negócios nascidos de um amor que são os melhores.
Agora, eu e meu irmão temos responsabilidades bem maiores do que lamber os dedos cheios de massa de bolo na cozinha da nossa mãe.
A Tortelê é um sonho de família, construído com os melhores ingredientes: talento, dedicação e muito amor. Seja sempre vindo a nossa cozinha.
Ser tratado a pão de ló, é ser recebido com sorriso no rosto (como aqueles que tua mãe te dava; sentir o cheiro do bolo no forno e do café fervendo no fogão. É ouvir aquela frase carinhosa: Acabei de fazer pra você!
Um momento tortelê é reviver aqueles rituais da cozinha da sua mãe. Comer uma fatia de bolo quentinha saída do forno. Lamber os dedos cheios de cobertura, ou para os mais apressados, lamber a forma da batedeira antes mesmo do bolo ficar pronto.
Dividir xícaras e xícaras de um café coado na hora. Ficar à mesa esperando ansiosamente pelos salgadinhos, enquanto bate um papo com os amigos, sempre de olho na sua mãe, que, com um sorriso no rosto, limpa as mãos no avental.